OCULTURA

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terça-feira, 29 de novembro de 2016

OS ENSINAMENTOS DE GURDJIEFF - KENNETH WALKER




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Então, o que são exatamente os Ensinamentos de Gurdjieff? Embora a pergunta pareça prometer esclarecimento, é dificultada por seu próprio rigor: o tempo enfraquece as versões autorizadas como cicuta, e Gurdjieff nunca foi peremptório. “Eu ensino”, disse ele gnômicamente, “que quando chove, as calçadas ficam molhadas.” O poder vivificador de suas idéias requer o momento, a circunstância, o tipo e o estado do aluno. Seu único e constante mandamento é Conhece-te a ti mesmo, ao qual acrescenta uma metafísica, uma metapsicologia e uma metaquímica que desafiam absolutamente qualquer definição; uma tipologia humana, uma fenomenologia da consciência, e uma escala quase matemática que liga o macrocosmo e o microcosmo. Este mecanismo complexo é iluminado através de uma idéia-mestra: que o Homem deve se esforçar no autoaperfeiçoamento, em serviço ao nosso sagrado Universo vivente.
Poderemos nós captar ecos de Pitágoras ou Platão, Cristo ou Milarepa; ver certos paralelos com alguns modernos como Mendeleyev, Sheldon, Vernadsky, Watson? É fácil se perder na busca, em um labirinto de comparações e na filogenia das idéias. Ao próprio Gurdjieff não satisfaziam as palavras; seus Movimentos e danças sagradas eram ao mesmo tempo um símbolo das leis universais e um campo para a busca individual. Quando, chegando aos sessenta, ele se dedicou a escrever, suas produções eram heurísticas em vez de expositivas, e sua forma totalmente inesperada: primeiro uma epopéia cosmológica muito especial, depois uma autobiografia muito especial.
Beelzebub’s Tales to His Grandson (Contos de Belzebu a seu Neto) é a obra-prima de Gurdjieff e nenhum outro livro nos aproxima mais dele. Leitores capazes de enfrentar o duplo desafio de sua profundidade e sua difícil e totalmente intencional estilística; de sustentar a fina atenção necessária ao decorrer da leitura — acharão aí codificadas todas as idéias psicológicas e cosmológicas de Gurdjieff, e uma crítica fundamental.
Em uma longa viagem numa astronave, o bem-humorado Belzebu transmite a seu neto Hassein sua compreensão de “Tudo e Todas as Coisas”. Através de seus olhos compassivos e imparciais, vemos a vida na terra de uma grande distância, mas com claridade microscópica. Através dos milênios e dos continentes, vemos o Homem profundamente adormecido, lutando e sofrendo cegamente e sem razão, desgastado por guerras e paixões, estragando tudo que toca; e ainda, por uma estranha falha em sua natureza, espertamente se apegando aos próprios instrumentos que ferem, aos padrões que traem.
Uma imagem sombria? Inegavelmente. E em outras mãos que não as Gurdjieff poderia ter sido cruelmente niilista; mas Gurdjieff está nos chamando para a vida. É o gênio dele a soar uma esperança objetiva, como uma Arca, nessas águas escuras. Ele nos dá a grande figura de Belzebu, cuja presença indica o homem como poderia ser: com atenta gratidão à faísca divina dentro de si, esforçando-se através de trabalho consciente em direção à ocupação de seu verdadeiro lugar no esquema cósmico.
Em seu livro seguinte, Meetings with Remarkable Men (Encontros com Homens Notáveis), Gurdjieff evoca o primeiro e menos conhecido período de sua própria vida: sua juventude em Kars, sob a influência benigna de seu pai e de seu primeiro tutor, o Decano Borsh; depois o início de sua maturidade, com muitos disfarces, dedicado à busca constante de um conhecimento real e universal. Sua linguagem é simples e vívida, descrevendo-nos as terras da Transcaucásia e da Ásia Central, mesmo quando se refere à geografia paralela da psique de Homem e à rota que seguiu para penetrá-la.
Viajamos ao nosso interior na companhia dos amigos da mocidade de Gurdjieff — príncipes, engenheiros, doutores, padres, homens notáveis não por seus feitos aparentes, mas por sua envergadura, autodomínio e compaixão. Nós os vemos cara a cara; suas palavras se alojam em nós como se faladas diretamente, em um momento de íntima tranqüilidade.
Assim, tendo Gurdjieff limpado o terreno com a tremenda crítica Belzebu, oferece-nos em seguida seu material para uma nova criação — nada diferente de nossa dura vida diária, mas cheio de questionamento e posto a serviço de uma meta que, por sua inteligência e elevação, é verdadeiramente humana.
Entre os anos 1915 e 1918, Gurdjieff deu prodigamente a seus grupos russos um corpo surpreendente de dados exatos que lhe haviam custado vinte anos para encontrar. Proeminente entre os alunos neste momento era Piotr Demianovich Ouspensky (1878-1947), jornalista, matemático e intelectual; já famoso por seu livro Tertium Organum. Essa mesma época, com sua destruição de massa e selvagens contradições, afiou a fome vital de Ouspensky por valores e conhecimentos de uma ordem diferente. In Search of the Miraculous (Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido) foi publicado postumamente; consiste, em três quartas partes, das próprias palavras de Gurdjieff, preservadas desses dias e brilhantemente organizadas. Endossado pelo próprio Gurdjieff, este trabalho oferece indubitavelmente a descrição mais acessível de suas idéias psicológicas e cosmológicas, levando-nos tão próximo das condições especiais de um grupo quanto qualquer livro sozinho poderia. A opressiva sensação de choque, excitação e revelação que atingiu Ouspensky em 1915 será transmitida por essas sentenças e diagramas às pessoas de todas as gerações que estejam secretamente em busca, quaisquer que sejam as condições externas com que precisem conviver.
Jeanne de Salzmann tornou-se aluna de Gurdjieff em Tíflis, em 1919, e por trinta anos participou de cada fase sucessiva de seu Trabalho, até mesmo assumindo responsabilidade pelos grupos durante os últimos dez anos da vida dele. Em Gurdjieff Fala a Seus Alunos, ela compilou mais de quarenta palestras importantes dadas por Gurdjieff entre 1917 e 1930. Devemos sua preservação às recordações disciplinadas de seus seguidores, que haviam sido proibidos de tomar notas literalmente. Se essas não forem as palavras de Gurdjieff sílaba por sílaba, são certamente sua voz autêntica, emitindo seu inconfundível desafio.


LIVRO USADO

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